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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Review: O ano em que "Rosana" virou "Rosanah Fienngo"

Antes que o zero do calendário vire um - e iniciemos contagem de nova década - vale preencher importante lacuna que esse blog deixou em aberto enquanto esteve off: a mudança na grafia do nome artístico de nossa deusa ocorrida no apagar deste decênio (que se encerra em definitivo daqui a poucas horas). Consagrada popularmente na década de 80 como Rosana, no ano de 2009 a intérprete decidiu acrescentar a letra "h" ao final de seu nome e assumir de vez seu sobrenome, porém com a letra "n" dobrada, iniciando assim a era Rosanah Fienngo. A mudança foi marcada pela inclusão da música Lovin´ You na telenovela Caras & Bocas (Rede Globo), escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Jorge Fernando. Com a inevitável repercussão do tema do casal protagonista (quem acompanhava a trama garante que Lovin´ You deu novo ânimo ao romance), a mídia rendeu-se mais uma vez ao apelo popular da intérprete e, meses depois, tratou de associar o repentino sucesso à numerologia, com menções a episódios emblemáticos como os de Jorge Benjor, Sandra de Sá, Baby do Brasil e Marina Lima.

14 letras - Em outubro de 2009, mais precisamente no dia 10, o caderno Revista da TV do jornal O Globo (RJ) publicou entrevista com Rosanah em que ela, além de reconhecer que sim, "as novelas ainda são um dos melhores meios de mídia para se atingir o grande público", também afirma, taxativa: "não foi nada de numerologia não! Até hoje não fiz a soma das letras para saber se são favoráveis. Pode ser que até sejam ruins".
O jornal Extra (RJ) fez questão de esclarecer a dúvida com a numeróloga Aparecida Liberato, em matéria intitulada O Poder de um H (foto), na qual sentencia ter sido positiva a mudança: "ela trouxe para a sua vida a energia 11, que amplia a sua relação com o sucesso. Seu nome anterior (Rosana) tem a energia 7, que sugere estagnação depois de um certo tempo".

O periódico também publicou sessôes de foto e vídeo e abriu espaço para a própria intérprete explicar o porquê da mudança: "Sonhei várias vezes com o meu nome escrito com H no fim e resolvi mudá-lo. Aprendi com o meu amigo Paulo Coelho a acreditar em sinais. Só sei que depois disso, Jorge Fernando (diretor de ´Caras & Bocas') pediu a música para a novela".
Ainda em outubro de 2009, ela apontou em entrevista ao programa Manhã Maior (Rede TV!) outro motivo para a mudança de seu nome: sua forte ligação com o número 14 (Rosanah Fienngo soma 14 letras). "A minha vida é muito marcada pelo número 14; meu filho nasceu num dia 14 e as faixas dos meus discos que tinham esse número foram sucesso, como Lovin´ You, que ocupa a 14a. faixa do cd da trilha de Caras & Bocas", explicou.

deu no youtube 1: em outubro de 2009, Rosanah Fienngo foi recebida com reverência pela equipe do programa Manhã Maior (Rede TV!) para falar sobre a mudança de seu nome artístico. De quebra, ganhou análise numerológica da especialista Aparecida Liberato e editorial sobre sua trajetória enquanto Rosana :



Em tempo: Arthur Veríssimo, um dos apresentadores do programa e fã assumido de Rosanah, pouco tempo depois publicou deliciosa reportagem, marotamete intitulada Eu como uma deusa, na descolada revista Trip (edição 184), em que registra feliz encontro entre a intérprete e o mítico roqueiro Serguei em inusitado karaokê rock´n´roll na Feira de São Cristóvão (RJ).

Em tempo 2: desde a trilha internacional de Caras & Bocas que a gravadora Som Livre se atrapalha com a nova grafia da intérprete, ao imprimir erroneamente o nome Rosanah Fiengo em seu material gráfico (foto). A trilha de Ti Ti Ti mantém o mesmo erro. Aliás, por essas e outras que este blogueiro teve dificuldade em também assimilar o novo nome artístico da deusa. Ao menos até a exibição desta esclarecedora entrevista ao Manhã Maior, este blog manteve o endereço original rosanahfiengo.


jogar no Google - Numerologia à parte, há muito tempo Rosanah já vinha demonstrando inquietação quanto à grafia de seu nome. O episódio mais marcante talvez seja o registro de sua participação no cd Tributo a Dalva de Oliveira, lançado em 1998 pela Albatroz, em que a intérprete surpreendeu e assinou Rosanna Lao (foto). Já no ano de 2003, quando apresentou o show (voz e violão) Intimidade, na charmosa casa Café Concerto Uranus (SP), a artista divulgou material gráfico com o nome Rosanna. Tal inquietude me remete a artigo do jornalista Pedro Alexandre Sanches, publicado na edição 139 da revista Cult e intitulado As bruxas, elas existem ou não? Nele, o aficionado em música elenca muitos nomes de cantoras-compositoras e contextualiza as dificuldades que tiveram/têm para se estabelecerem em ambiente governado por homens (vale lembrar que até hoje não se tem registro de uma mulher ocupando o posto da presidência, ou mesmo da direção artística, de uma gravadora major). Sempre astuto, o jornalista chama a atenção para o fato de "compositoras de um nome só", andarem "perdidas em ruidosa multidão" após o advento do recurso popularmente conhecido como jogar no Google.

"O recurso de ´dar um Google´ não é suficiente para localizá-las entre muitas Anastácias, Aparecidas e Giovanas (por esse motivo, aliás, Joyce mudou recentemente sua assinatura para Joyce Moreno). Parece detalhe prosaico esse do Google, mas será mesmo? Será mera coincidência a subtração dos sobrenomes de tantas Marlenes, Angelas Marias, Inhanas, Morganas, Maysas, Tucas, Elis Reginas, Wanderléas, Waldirenes, Rosemarys, Vanusas, Gianes, Joelmas, Dianas, Martinhas, Silvinhas, Evinhas, Regininhas, Claudias, Márcias, Célias, Joyces, Janes, Miúchas, Marias Alcinas, Alciones, Simones, Joannas, Marinas, Clemildas, Isoldas, Katias, Rosanas, Xuxas, Sandys...?", pergunta-se o jornalista antes de encerrar com nova provocação: "Não cremos em bruxas, mas... Afinal, somos ou não somos (além de racistas) machistas e patriarcalistas?"

Fato é que, após decidir-se pela troca do nome artístico Rosana por Rosanah Fienngo, a carreira da intérprete ganhou novo fôlego, deixando de lado a estagnação apontada por Aparecida Liberato. Coincidência ou não, solidificou-se a parceria de Rosanah com o diretor Jorge Fernando - que encomendou novo tema para Ti Ti Ti, o hit Greatest Love Of All - e a intérprete passou a desfrutar de renovado prestígio e sucesso popular, arrebatando novos seguidores (inclusive vips) e retomando aqueles que permaneciam adormecidos. No mais, considero animador que Rosanah Fienngo tenha retomado suas origens rock´n´roll nesta virada de década. Revela desprendimento e abertura para assumir novos desafios, o que me faz vislumbrar um 2011 mais promissor para a sua carreira do que foi este incrível ano de 2010. A recente performance exibida no show Rosanah Rocks revela que ainda vem muita coisa boa por aí - sobretudo pelo frescor da inédita composição própria (e em inglês) I Wont Lose My Mind. Que assim seja!

RETRÔ 2010


deu no youtube 2: no dia primeiro de março, Rosanah Fienngo visita o Programa do Ratinho , relembra seus grandes sucessos e apresenta seu rebento Davy. Fã declarado da intérprete, Ratinho não se contém e anuncia ao vivo a boa audiência que a presença de Rosanah lhe rende no Ibope:



deu no youtube 3: em agosto, Rosanah Fienngo sobe ao palco como convidada de João Pinheiro em seu show Canceriano e, juntos, interpretam clássico blues de Roberto & Erasmo - As Curvas Da Estrada De Santos - imortalizado na voz de Elis Regina, musa da intérprete:


deu no youtube 4: no mês de dezembro, nova reverência à musa Elis Regina, desta vez como convidada de Ricky Vallen em show realizado no Canecão (RJ). Juntos, interpretam outra marcante canção do repertório da pimentinha, Como Nossos Pais , de autoria de Belchior:

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